Era uma vez...
Alguns cientistas que disseram que a paixão tem a duração de 6, 18 ou 30 meses, com a finalidade de que os apaixonados se conheçam, criem vínculos e cheguem a procriação. Logo depois as sensações abrandam, porque o organismo se torna resistente aos "hormônios da paixonite", e exigem serem "alimentadas", de modo adequado e suficiente. Do contrário a paixão, aos poucos, se esvai. E ponto final.
Tenho observado que as exigências de uma paixão variam de acordo com a personalidade e sensibilidade dos envolvidos, mas terão sempre aquele estilo de tarefas ou prenda, uma versão das exigências que lemos nos livros infantis, como: devolver o sapatinho de cristal, ter a ideia de usar as tranças da Rapunzel, beijar um sapo, cuidar de sete anões, acordar a Bela Adormecida com um beijo... e transformar-se num "conto de fadas" com a possibilidade de um final feliz.
Fantasias à parte, no mundo adulto o amor alimenta-se de demonstrações múltiplas de carinho. Dá até pra cantar aquela música do Chico César interpretada pela Daniela Mercury, que diz: "É só pensar em você/ Que muda o dia/ Minha alegria dá pra ver/ Não dá pra esconder/ Nem quero pensar se é certo querer/ O que vou lhe dizer/ Um beijo seu/ E eu vou só pensar em você."
Então, parafraseando Chico César, "...nem quero pensar se é certo dizer O que vou lhe dizer: vou conquistá-lo" ou se vale acreditar nos cientistas e contar nos dedos os meses que ainda faltam pra que toda esta "loucura" acabe...
É loucura, pois basta ver o outro p'ra sentir aquela sensação esfuziante, encantadora; ficar boba mesmo diante de uma foto, qualquer foto, pode ser até aquela foto do perfil do orkut, aquela que a gente enjoa de ver, que nem está tão perfeita assim, mas que a gente adora... o carinho, o toque, o desejo de estar sempre junto, a saudade... são várias sensações envolvendo corpo e mente.
As emoções que acompanham a paixão podem ser múltiplas, se correspondida mas se o outro não compartilha do mesmo sentimento o apaixonado terá que rever a situação e decidir sua estratégia de conquista. As estratégias são inúmeras, mas vou destacar apenas três: o acordo, o ataque e a recuada.
Por experiência eu sei que o acordo e a recuada tem dado mais certo em casos de guerra... porque para o apaixonado estas duas estratégias significam apenas alternativas erradas. E ele prefere acreditar que vale a pena investir, insistir, atacar.
Fechar os olhos aos sinais explicitos de uma paixão não-correspondida, faz sentido. É verdade, pense naquele estar de bem com a vida, transbordando interesses pelo trabalho, por sonhos, projetos, e principalmente, naquele friozinho gostoso na espinha, nas palpitações só em ver ou estar perto da pessoa amada...
Observe, por mais que tente disfarçar o apaixonado sempre traz aquele brilho diferente nos olhos... que é claro é notado por amigos e familiares, e também pelo responsável por aquele olhar incandescente. Agora não sei porque "cargas d'água" o outro teima em se fazer de desentendido. Ele sabe. Parece até que vai confessar que sente o mesmo, avança 30, 50, 70% e recua, deixando o apaixonado sem palavras e muitas vezes sem chão.
Eu diria: "Tudo bem ninguem é perfeito", mas para o apaixonado a pessoa amada é maravilhosa, surpreendente, perfeita, incomum. Os defeitos estão bem ali. Todos eles, mas ele tem uma desculpa "esfarrapada" ou seria uma justificativa carinhosa, pra cada um deles.
Tudo é muito intenso na paixão. Os sentidos e as emoções se afloram e todo o corpo "fala", seja a paixão correspondida ou não. Amar rejuvenesce, faz o apaixonado acreditar ser capaz de tudo e de qualquer coisa, até mesmo de convencer o outro que ele é a pessoa de seus sonhos. Você sabe, o apaixonado tem aquela mania de se achar apaixonante, irresistível, mas nem sempre é assim, não é mesmo?!
Respeitar os limites do outro não é fácil. Sempre surge um assunto, qualquer um, para ser falado por telefonemas, e-mails, mensagens. Nossa! como explicar declarações fora de hora e certas loucuras feitas em nome do amor? Anote aí: Tudo deve ser minuciosamente calculado ou levado na esportiva, ao riso ou as lágrimas, porque se não houver reciprocidade o efeito destas "armações ilimitadas" será desastroso.
Dói reconhecer mas a realidade é tão insistente quanto a paixão e também não abandona o apaixonado "logo de cara". Então, aceitar a recusa torna-se inevitável para que pelo menos a amizade seja mantida. A paixão não tem razão. Acontece e pronto! Contudo, lutar por uma paixão é bem diferente de insistir com uma pessoa que nada quer com a gente, mesmo que o apaixonado desconheça a diferença entre as duas coisas.
Dizem alguns cientistas que os sintomas da paixão não correspondida amenizam ou desaparecem em torno de 6 meses e a pessoa estará pronta para se apaixonar novamente... Lembre-se a paixão não correspondida é uma rua de mão única: Você pode até estacionar, mas uma hora ou outra, terá que dar meia-volta... porque esta é uma História Sem Fim.
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