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"Acho que finalmente me dei conta que o que você faz com a sua vida é somente metade da equação. A outra metade, a metade mais importante na verdade, é com quem está quando está fazendo isso."

02/03/2010

As mulheres de 30

O que mais as espanta é que, de repente, elas percebem que já são balzaquianas. Mas poucas balzacas leram "A Mulher de Trinta", de Honoré de Balzac, escrito há mais de 150 anos. Olhe o que ele diz:

Se aos 20 anos você soubesse o que significa chegar aos 30,
na certa não se preocuparia tanto com a idéia de mudar de década.
Acredite: é nessa fase que a vida nos reserva
um bocado de prazeres, como estes aqui!
Essa é a idade da determinação:
sabemos o que queremos, como queremos e quando.
Ouvir um não - ou dois, ou três… - deixou de ser motivo de frustração.
Agora, conhecemos o caminho das pedras
para transformá-lo numa infinidade de sims!
Aos 30, descobrimos que nossa mãe é a pessoa em quem mais podemos confiar
- e morremos de culpa de ter brigado tanto com ela.
As visitas ao ginecologista agora são pura rotina.
E manter a TPM sob controle com pelo menos duas técnicas infalíveis
não é mais segredo.
A lista do que importa de verdade diminui.
E o melhor: nos descobrimos no topo dela!
Depois de sobreviver às espinhas, ao excesso de autocrítica
e às dietas da moda, finalmente acertamos o corte de cabelo,
o perfume, o personal trainer…
E estamos mais bonitas do que nunca.
Viva o espelho!
Para uma mulher de 30, a cama é um paraíso.
E passar a noite em claro só se for por uma boa causa.
Quando uma amiga mais jovem começa a chorar as pitangas
por causa de um relacionamento que não deu certo,
falamos com a sabedoria de uma monja tibetana:
"Esse homem não te merece" ou "Você se livrou de uma fria…"
Quer coisa melhor do que ser a dona do próprio nariz?
Inclusive para aperfeiçoá-lo com uma cirurgia plástica, se preciso.
O que não falta é tempo para trocar a administração pela biologia,
a engenharia pela educação física, o direito pela veterinária.
Com a vantagem de termos maturidade suficiente
para fazer a escolha que melhor combina com o coração
e a conta bancária.
Aos 30, a mulher está na idade-símbolo da emancipação feminina.
Mas nem pensa em queimar sutiãs,
principalmente os que levantam os seios, aumentam, aproximam…
O tempo gasto em frente ao espelho caiu drasticamente…
passou de três para duas horas.
Cá entre nós, nessa fase freqüentamos os sonhos dos homens de 20
e somos desejadas pelos de 40, 50, 60…
Se alguém elogia a cor do cabelo, respondemos com total naturalidade
que o castanho 6.2 é de nascença. E que o tonalizante só é usado
de vez em quando, para dar brilho.
Fast food já não ocupa 80% do nosso cardápio.
Agora, sabemos até preparar um ou outro prato afrodisíaco
para o namorado na maior categoria.
O seguro do carro é mais barato do que quando se tem 20.
Ninguém domina melhor todos aqueles truques para ficar
bonita instantaneamente, incluindo a chapinha, o rímel preto,
o batom cor de boca, do que uma mulher de 30.
Já tivemos tempo para comprovar que tamanho não é documento.
E aprender a analisar o documento discretamente antes de liberar o embarque.
As estrelas da tevê não são mais motivo de inveja.
Sabemos que alguns meses de academia, uma dieta equilibrada
e um bom cabeleireiro podem nos deixar com a auto-estima lá em cima
- e com jeito de quem passou por um Banho de NOVA.
Paramos de fingir que não damos bola para o que os outros pensam.
E começamos realmente a não ligar mesmo para a torcida.
O salário já deu uma esticada e podemos gastar, vez ou outra,
metade dele em roupas, sapatos, cosméticos… Sem dar satisfação a ninguém!
Entendemos todas as piadas do filme O Diário de Bridget Jones
e do seriado Sex and the City.
Viramos mulheres de respeito no trabalho, dentro de casa,
diante dos parentes e dos amigos.
E estamos na mira das empresas para assumir cargos importantes,
até mesmo de chefia.
Aos 30, temos o gostinho de viajar dirigindo o próprio carro
- comprado com o próprio dinheiro.
Os micos se tornaram momentos memoráveis,
daqueles que relembramos nos encontros com as amigas:
um acampamento na chuva, um salto de sapato quebrado,
a falta de carona para voltar pra casa às 3 horas da manhã…
Escolhemos mais do que somos escolhidas.
Seja emprego, amigos ou namorados.
Nosso fôlego resiste bem a um dia de limpeza nos armários,
ao trabalho no escritório, à malhação no fim de tarde
e à balada noturna...
Disputar roupas com a irmã virou coisa do passado.
Agora, pedimos emprestado.
Brigar com garra pelos próprios direitos se tornou um hábito.
E conseguir mais da vida também.
Não temos mais pavor de criar um filho.
Mas, se quisermos, temos ainda anos pela frente
para pensar a respeito da maternidade.
Depois de tentar transformar em príncipe uma coleção de sapos,
descobrimos que o homem certo muitas vezes está bem ao nosso lado.
E tem tudo para se transformar em um namorado dos sonhos.
Um corte de cabelo desastroso é driblado com sucesso.
E o cabeleireiro é avisado em alto e bom som
que não pretendemos voltar lá tão cedo...
Nosso radar para as cantadas furadas começa a funcionar à perfeição.
E dá para mandar embora aquele sujeito que não tinha mesmo o menor futuro.
Qualquer papel cai bem para a gente:
o de filha, o de mãe, o de casada, o de solteira, o de amiga…
Vencemos o medo de chegar a uma festa com um modelito
completamente diferente do usado pelas outras.
Agora, torcemos para não dar de cara com uma fulana com o mesmo vestido…
Temos uma década inteira para nos acostumar com a idéia
de chegar aos 40 feliz da vida!


Esse texto peguei lá do espaço da Fernanda no Blog Vida de Solteira

Adicionais: Vale a pena ler "As Mulheres de 30", por Mário Prata...

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