As perdas costumam ser nomeadas para que possam ser minimamente suportáveis. Ao perder uma mulher, alguém passa a ser viúvo; aquele que perde os pais, órfãos; os que chegam a se separar, divorciados; mas as mães que perdem seus filhos não encontram sequer algo para nomeá-las...
Pacientes que sofrem algum tipo de mutilação, sofrem da tal da dor fantasma, uma dor que acomete os pacientes que perderam um membro. O membro perdido, seja uma perna, enfim, não está mais no corpo, porém, o "membro fantasma" lateja, coça, aquece, esfria, dói, enfim a dor é viva presente embora o membro esteja ausente, morto...
Penso que a dor da perda de um filho é próxima dessa, vivido por esses pacientes sofridos. Ora, estamos falando de um membro do corpo, que dirá de um filho saído de nossas entranhas que como diz o poeta Chico Buarque: "Oh, pedaço de mim, oh, pedaço amputado de mim". É uma mutilação.
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