Um espaço onde procuro registrar um pouco de mim, ideologias, crença, emoções e reações...
Perfil
- Elizabeth
- "Acho que finalmente me dei conta que o que você faz com a sua vida é somente metade da equação. A outra metade, a metade mais importante na verdade, é com quem está quando está fazendo isso."
20/05/2008
Profissão: Mãe
Uma mulher chamada Anne foi renovar a sua carteira de motorista e pediram-lhe para mencionar
qual a sua profissão. Ela hesitou, sem saber bem como se classificar.
-O que eu quero saber é se tem um trabalho, insistiu o funcionário.
-Claro que tenho um trabalho, exclamou Anne. Sou mãe.
-Nós não consideramos "mãe" um trabalho. Vou colocar Dona de casa ou doméstica,
disse o funcionário friamente.
Não voltei a lembrar-me desta história até ao dia em que me encontrei em situação idêntica.
A pessoa que me atendeu era obviamente uma funcionária de carreira, segura, eficiente,
dona de um título sonante.
-Qual a sua ocupação? perguntou.
Não sei o que me fez dizer aquilo; as palavras simplesmente saltaram-me da boca para fora:
-Sou Doutora em Desenvolvimento Infantil e Relações Humanas.
A funcionária fez uma pausa, caneta de tinta permanente a apontar para o ar, e olhou-me como
quem diz que não ouviu bem.
Eu repeti pausadamente enfatizando as palavras mais significativas. Então reparei, maravilhada,
como ela ia escrevendo, com tinta preta, no questionário oficial.
-Posso perguntar, disse-me ela com novo interesse, o que faz exatamente?
Calmamente, sem qualquer traço de agitação na voz, ouvi-me responder:
-Desenvolvo um programa a longo prazo, em laboratório e no campo experimental.
Sou responsável por uma equipe (a minha família), e já recebi quatro projetos (todas meninas.
Trabalho em regime de dedicação exclusiva, o grau de exigência é a nível de 14 horas por dia
(para não dizer 24...
Houve um crescente tom de respeito na voz da funcionária que acabou de preencher o formulário,
se levantou, e pessoalmente me abriu a porta.
Quando cheguei em casa, com o título da minha carreira erguido, fui recebida pela minha equipe -
uma de 13 anos, outra com 7 e outra com 3. Do andar de cima, pude ouvir o meu novo projeto
(uma bebê de 6 meses), testando uma nova tonalidade de voz.
Senti-me triunfante! Pensei na glória da maternidade, com as múltiplicadas responsabilidades
e horas intermináveis de dedicação...
"Mãe, onde está o meu sapato?", "Mãe,ajuda-me a fazer a lição?", "Mãe o bébé não pára de chorar."
"Mãe você vai-me buscar à escola?", "Mãe você compra...?" Mãe... Mãe...
Maternidade... que carreira gloriosa!
Então começei a pensar, se eu era Doutora em Desenvolvimento Infantil e Relacções Humanas as avós deveriam ser chamadas de Doutoras Séniores em Desenvolvimento Infantil e em Relacções Humanas;
as bisavós em Doutoras Executivas Séniores, as tias em Doutoras Asssistentes e todas as mulheres,
mães, esposas, amigas e companheiras, Doutoras na arte de fazer a vida melhor!
Numa altura em que se dá tanta importância aos títulos, em que se exige sempre maior especialização,
na área profissional... TORNA-TE UMA ESPECIALISTA NA ARTE DE AMAR!
"Não te preocupes por não poderes dar aos teus filhos o melhor de tudo... Dá a eles o teu melhor"
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário