Um espaço onde procuro registrar um pouco de mim, ideologias, crença, emoções e reações...
Perfil
- Elizabeth
- "Acho que finalmente me dei conta que o que você faz com a sua vida é somente metade da equação. A outra metade, a metade mais importante na verdade, é com quem está quando está fazendo isso."
16/05/2008
A melhor imagem de nós mesmos...
A tendência de posar para a foto não se restringe aos artistas. Todos nós tentamos vender a melhor imagem de nós mesmos, concedemos excessiva importância aos nossos dramas e perdemos muito tempo para realizar nossas grandes (micro) revoluções.
Para remover essa pose que causa aversão e nos distancia dos outros, basta dissolver a seriedade. Há uma prática simples para isso: rir de si mesmo. Quando somos os primeiros a apontar nossas negatividades e obstáculos, quando rapidamente reconhecemos neuroses e confessamos abertamente aquilo que sempre evitamos admitir, nossa fragilidade se torna a ponte para o coração dos outros, afinal eles são vítimas dos mesmos problemas! Quando alguém ri de nós, gargalhamos junto. Por não mantermos pose alguma, o outro não consegue manter sua artificialidade e logo perde a pose também, abrindo-se ao contato autêntico.
Nossa seriedade supõe uma certeza sobre o que está acontecendo e sobre quem somos. Porém, uma breve análise mostra que não é bem assim. A seriedade nos deixa pesados. Uma vida lúdica, ao contrário, lida com cada coisa que surge sem que aquilo tenha de fazer sentido ou ser encaixado em um quebra-cabeça maior. A espontaneidade dá origem à leveza.
Seres engraçados que somos. Temos certezas (ou pelo menos tentamos sustentá-las) sobre o que estamos fazendo, o que é a vida, onde queremos chegar, o que é legal e o que não é, quem é bom e quem é mau. Enquanto nos esforçamos para administrar essas grandes questões (algo parecido com controlar a chuva ou ter a absoluta certeza de que o Sol nascerá amanhã), não conseguimos manter nem mesmo as mínimas decisões, como dormir mais cedo, começar a se alimentar melhor ou fazer alguma atividade física. É sobre estas pequenas questões cotidianas, sobre nosso próximo passo no mundo, que temos controle – e é justamente dessa responsabilidade que fugimos! Mais fácil nos preocuparmos com as grandes certezas, não é mesmo?
Quem vive em cima do fio da navalha ignora as seguintes perguntas: Ela me ama? Ela está me traindo? A relação tem futuro? Ele me ama? Este é o melhor caminho?”. Abdicar de tais respostas é superar a seriedade que nos faz verificar cada pedaço de informação para tomar decisões importantes. Ora, podemos viver sem certezas, sabendo que nenhuma decisão é absolutamente importante e que nenhum passo nos impede de voltar atrás. Podemos apenas seguir.
A experiência de perder a pose, quebrar a auto-importância e abandonar a seriedade é bem descrita por Contardo Calligaris quando ele fala sobre o fim do processo terapêutico:
“Seria a experiência de que não somos grande coisa e, em particular, não somos a única coisa que falta para que o mundo seja perfeito e para que a nossa mãe seja feliz. Isso parece (e é) uma coisa fácil de saber e mesmo de admitir, mas uma experiência efetiva dessa superfluidade de nossa existência é uma outra história. Nesse momento final, o sujeito vivenciaria, logicamente, uma espécie de desamparo depressivo, mas também uma extrema liberação. Por que liberação? Pois é, o que mais nos faz sofrer talvez seja justamente a relevância excessiva que atribuímos à nossa presença no mundo, pois essa relevância é a pedra de fundação de todas nossas obstinadas repetições, é graças a ela que insistimos em ser sempre “iguais a nós mesmos” (sendo que, no caso, essa expressão não tem um sentido positivo).” – Contardo Calligaris, em “Cartas a um Jovem Terapeuta”
Vitor Hugo - Aquele que ri muito e faz a galera rir também, toda segunda-feira no SANTA MARTA BAR no BATEL no show de stand up comedy chamado SANTA COMÉDIA...
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